1. Nome: Vera Lúcia Lobo Gonçalves
2. Idade: 37 anos
3. Entidade:
Câmara Municipal de Fafe
4. Função: Técnica Superior de Desporto
5. O que a
liga à Gestão do Desporto no seu dia-a-dia? Quais as principais tarefas?
A minha
atividade profissional decorre na Unidade de Desporto no Município de Fafe e é
recente, pouco mais de 7 meses. A maior parte desse tempo, devido à pandemia,
tem sido em regime de teletrabalho.
Ao longo destes
meses têm sido elaborados documentos que auxiliam no desenvolvimento,
planeamento, organização e gestão de projetos, ações, atividades, eventos e
instalações desportivas, tarefas importantes para o progresso da política
desportiva do concelho.
Na Associação de
Modalidades Amadoras de Fafe, desde março de 2020 que foram suspensas as
atividades desportivas, mas é uma associação que organiza competições de Futsal,
Futebol 7 e Futebol 11. Todas as épocas são diferentes e as tarefas são
abrangentes. É necessário planear, gerir e controlar cada competição,
identificar prioridades estratégicas, reformular processos de gestão em função
do contexto, cooperar no desenvolvimento dos clubes e do desporto no concelho.
6. Como
surgiu o interesse pelo desporto e pela gestão do desporto?
O interesse pelo
desporto começou desde muito pequena, pois adorava “jogar à bola” na rua, jogar
“raquetes”, correr, andar de bicicleta e ver eventos desportivos na televisão,
nomeadamente os Jogos Olímpicos. Com 16 anos iniciei a minha prática desportiva
federada na modalidade de Futebol 11, onde estive 11 épocas (1999-2010) e terminei
esta prática no Futsal, onde estive 4 épocas desportivas (2010-2014). Além
disso o interesse pelo jornalismo desportivo levou-me a escrever artigos para
imprensa local e colaborar no projeto Magia do Futsal.
Durante a
licenciatura (2007-2010) de Desporto e Lazer fui percebendo que as disciplinas
na área da gestão do desporto conseguiam prender mais a minha atenção.
Em 2012 tive
oportunidade de fazer o estágio profissional no GCR Nun’ Álvares e quando
deixei a prática federada assumi funções diretivas no clube e de coordenação da
modalidade de Futsal durante um mandato (2014-2016), o que me permitiu adquirir
ferramentas na área da gestão que me lançam num novo projeto em 2016 com a
fundação da Associação de Modalidades Amadoras de Fafe, onde tenho adquirido
competências que me têm feito crescer a nível pessoal e profissional.
7. Na sua
opinião, qual o principal desafio, ou desafios, que enfrenta atualmente
relacionado com a sua atividade?
A COVID-19 tem
sido o grande desafio para todos os setores e o desporto não escapou e também
vive na incerteza desde março de 2020. O impacto da pandemia levou a que as
pessoas de todas as idades que praticavam atividade física e desportiva regular
vissem a sua rotina suspensa por tempo indeterminado.
Atualmente, a
retoma está a ser feita de forma gradual, no entanto o desafio passa por
conquistar paulatinamente as pessoas, nomeadamente os maiores de 55 anos, mostrando
que há condições seguras para o seu regresso e apelando para que iniciem a sua
prática, porque é uma necessidade básica para melhorar o bem-estar físico e
mental.
Outro dos
desafios, é o das gerações mais novas que tinham prática de atividade física e
desportiva regular, antes do contexto da pandemia, e aquelas que não tiveram
oportunidade de iniciar sequer uma prática regular, possam recuperar de forma
segura as competências físico-motoras que não conseguiram adquirir e desenvolver,
assegurando assim aptidões fundamentais do desenvolvimento motor.
8. Que
fatores ou fator principal entende que o país deveria apostar para termos um
desporto mais praticado?
É primordial o
entendimento da atividade física e desportiva como um elemento central na
formação do ser humano. No entanto, há que separar as águas, quero com isto
dizer, que passados quase 20 anos, há necessidade de repensar e ponderar se a
existência apenas da Secretaria de Estado da Juventude e Desporto incluída no
Ministério da Educação favorece as transformações necessárias para o
desenvolvimento e apoio ao desporto em Portugal, ou se o regresso do Ministério
da Juventude e Desporto não seria uma mais-valia na contribuição.
Independentemente
disso, penso já ser essencial a elaboração de um plano estratégico nacional
para o desenvolvimento da atividade física e do desporto, onde teria de conter
estratégicas definidas pelo menos para cinco pontos: oferta desportiva, vertente
de recreação e lazer, e vertente competitiva; tipos de financiamento;
construção, reabilitação e modernização das instalações desportivas; formação
dos agentes desportivos; campanhas publicitárias de sensibilização para a
prática de atividade física e desportiva; e junção de sinergias entre entidades
(comités, federações, associações, clubes, escolas, instituições, centros de
saúde, autarquias, entre outras).
9. Quais
as competências que considera serem essenciais para o Gestor de Desporto?
Um Gestor de
Desporto desempenha diversas funções e dependendo do âmbito de intervenção há
competências que são abrangentes e essenciais pois trarão benefícios na execução
da função. A dedicação permitirá o comprometimento com as tarefas a desempenhar,
a resiliência trará a superação de adversidades no alcance dos objetivos e o conhecimento
será o veículo que possibilitará um trajeto consistente e profissional.
10.
Como acha que a APOGESD pode ser mais
importante para a sua atividade? Uma sugestão para a APOGESD?
A APOGESG, tem
sido importante para a minha atividade profissional e associativa, porque
tem-me permitido adquirir novos conhecimentos que já foram e certamente
continuarão a ser profícuos.
Devem continuar
a apostar nos projetos de empreendedorismo desportivo e no centro de recursos
bibliográficos. Para além disso, na APOGESD vejo uma equipa multidisciplinar
com membros que podem ajudar no desenvolvimento de projetos e a minha sugestão
passa por aí, apostar no apoio a pequenos projetos desportivos que possam
trazer benefícios ao desporto em Portugal.
Para seis das
próximas dez questões, irei mencionar escolhas portuguesas e estrangeiras.
11. Um
livro: "Não
Há Impossíveis" escrito por Paulo Azevedo com Paulo M. Morais / "O
Médico Médium" escrito por Anthony Willian
12. Um
filme: "Os
Gatos Não Têm Vertigens" realizado por António-Pedro Vasconcelos / "The Shack" realizado por Stuart Hazeldine
13. Uma
música: "Melhor
de Mim" interpretada pela Mariza / "Lost" interpretada pelos
Coldplay
14. Um
Lugar: Melgaço
15. Um
passatempo: brincar com os meus animais, cinco
gatos e dois cães
16. Uma
personalidade: Simone de Oliveira e Carlos Neto / Wangari
Muta Maathai e Nelson Mandela
17. Um
momento: ver o nascer e pôr-do-sol
18. Um
desporto: Futsal
19. Um
evento desportivo: Torneio Mundial de Futsal Feminino
2013 em Oliveira de Azeméis / Jogos Olímpicos