1.
Nome: João Luis Pereira Barbosa
2.
Idade: 39 anos
3.
Entidade: Município de Lisboa
4.
Função: Técnico Superior de Desporto
5.
O que o liga à Gestão
do Desporto no seu dia-a-dia? Quais as principais tarefas?
No Município de Lisboa sempre tive tarefas que estão subjacentes à Gestão
do Desporto: foram 12 anos como Diretor Técnico do Complexo Desportivo
Municipal do Casal Vistoso, acumulando outras Instalações Desportivas, e também
no desenvolvimento e apoio aos Programas Municipais de Desenvolvimento Desportivo.
Hoje em dia as minhas
tarefas estão comedidas ao planeamento, apoio e avaliação de eventos na Cidade
de Lisboa, além de ser membro da Comissão Técnica da Equipa Missão de Lisboa
Capital Europeia do Desporto.
Nas atuais funções
tento, em conjunto com a equipa que coordeno e sob as orientações das chefias,
apoiar a realização dos grandes eventos na Cidade Lisboa, estabelecer contactos
e pontes com os diversos agentes desportivos do Município para a realização de
eventos, criar programas de certificação de eventos e, entre outras tarefas, a
realização de propostas internacionais para representação do Município e para
submissão de propostas a fundos europeus.
6.
Como surgiu o
interesse pelo desporto e pela gestão do desporto?
O desporto surge desde
tenra idade, por intermédio dos meus pais, que queriam que eu tivesse alguma
actividade física. O meu primeiro desporto foram os trampolins, numa casa onde
hoje sou Vogal da Direção – Sociedade Filarmónica de Apoio Social e Recreio
Artístico da Amadora – tendo passado ainda pela natação, ténis de mesa,
voleibol e atletismo, onde a minha vida desportiva foi mais intensa e longa.
Este gosto permaneceu e
fez com que, na altura, seguisse os estudos na vertente de Desporto.
Já a Gestão do Desporto,
e para ser sincero, foi uma feliz obra do ocaso, quando entrei no curso de
Ciências do Desporto – Menção Gestão do Desporto na Faculdade Motricidade Humana
em 1999.
Entretanto constatei que
era esta junção entre o que é a necessidade de prática do desporto/actividade
física e a necessidade de planeamento e gestão das várias componentes que
orbitam à volta do desporto que me iria dar gozo a nível profissional.
7.
Na sua opinião, qual o
principal desafio, ou desafios, que enfrenta atualmente relacionado com a sua
atividade?
Nos dias de hoje, ultrapassar a incerteza do dia-a-dia e tentar superar
todos os desafios que a COVID-19 trouxe é sem dúvida o maior desafio.
Voltarmos a ter uma sociedade que confia nos agentes desportivos (em
termos de segurança e matérias de saúde pública), que considera importante a
realização de actividade física, recuperar o “atraso” no desenvolvimento
desportivo que a pandemia provocou, consiste em algo que mais que ser um
desafio pessoal, irá ser um desafio de todos nós que estamos envolvidos no
mundo do desporto.
Por isso, julgo que voltarmos a ter Instalações Desportivas como na época
pré-covid, bem como, a realização de eventos desportivos de massas ou
direccionados, será o maior desafio.
8.
Que fatores ou fator
principal entende que o país deveria apostar para termos um desporto mais
praticado?
Na minha opinião existem dois campos de trabalho, unidos por uma aposta
na literacia desportiva da população, que muitas vezes desconhece o que é
desporto ou actividade física, bem como, os seus benefícios.
Um dos campos de trabalho prende-se com uma aposta no longo prazo,
apostando fortemente na cultura física dos mais jovens. Desde tenra idade
colocar em todos os graus de ensino atividades que não só promovam o
desenvolvimento da motricidade e das capacidades físicas, mas que sobretudo
incutam hábitos e estilos de vida onde a prática desportiva, quer numa vertente
competitiva, quer de lazer, sejam fomentadas, e desta forma criar pontes entre
a comunidade escolar e o movimento associativo.
Por outro lado, a curto-médio prazo, fomentar o que podemos apelidar de
desporto informal, desmistificando a ideia que o desporto é só para os capazes
e antes desconstruir a palavra desporto, que no senso comum ainda é a que
predomina, associado muitas vezes à competição e à obtenção de resultados e
transformando-a em actividade física ligada ao divertimento, lazer, bem-estar e
saúde.
9.
Quais as competências
que considera serem essenciais para o Gestor de Desporto?
Acima de tudo ser profissional, com uma grande capacidade de planeamento
e de se ajustar à realidade do momento. Deve também ter uma insaciável vontade
de obter conhecimento, pois tem de ter a noção que no dia-a-dia do Gestor do
Deporto é um aprendiz de:
- Engenharia ou Arquitetura – pois irá relacionar-se com profissionais
desta área para conceber ou melhorar Instalações Desportivas;
- Sociologia - pois estará, em conjunto com os técnicos a conceber
programas de desenvolvimento desportivo específico para populações alvo;
- Martketing e Comunicação- pois tem de trabalhar com especialistas destas
áreas para comunicar os seus produtos;
- Recursos Humanos – Pois terá de gerir equipas e mantê-las sempre
motivadas;
entre outros exemplos que podem ser dados, e para isso é preciso adquirir
conhecimento.
10. Como acha que a APOGESD pode ser mais importante para a sua
atividade? Uma sugestão para a APOGESD?
Tive a sorte de me cruzar com APOGESD logo no seu 5º Congresso na FMH, e
apreciei a importância desta organização na possibilidade de estar entre pares
e discutirmos assuntos que tendem a ter perspectivas diferentes conforme o
local, a função ou a entidade que olha para o problema, e esta é uma mais valia
que desde desse momento me fez associar a esta associação e tentar estar
presente nos momentos de fórum que são disponibilizados.
Por outro lado, o caminho trilhado de reconhecimento desta função, de Gestor
do Desporto, devesse ao trabalho que a APOGESD realizou e que julgo deva ser a
área que a APOGESD deve continuar a pugnar para que haja o real reconhecimento
do que é ser Gestor do Desporto.
Como sugestão, e em complemento ao ciclo de formação e palestras que já
estão a realizar, deixo a possibilidade de criarem “seminários” regionais
temáticos para permitir que os Gestores do Desporto possam, além do Congresso
Anual, ter um momento de debate e troca de ideias.
11. Um livro: “Aprenda a dizer não sem culpas”
12. Um filme: Gladiador
13. Uma música: Lisboa (Pólo Norte)
14. Um Lugar: Labruja – Ponte de Lima
15. Um passatempo: Escutismo
16. Uma personalidade: Papa João Paulo II
17. Um momento: “Conhecer” a minha esposa
18. Um desporto: Voleibol
19. Um evento desportivo: World Snooker – Lisbon Open
20. Uma desportista e um desportista: Ticha Penicheiro e Miguel Maia